Pedras Rolantes

"A vida é aquilo que acontece enquanto estás demasiado ocupado a fazer outros planos" John Lennon



"You can't always get what you want, but sometimes, yeah just sometimes, you can get what you need" The Rolling Stones



terça-feira, maio 27, 2008

Sentimentos de uma Ocidental

Recentemente, um livro criou-me um sentimento que só conhecia dos críticos de cinema e do Vasco Pulido Valente (marcas registadas) - absoluto fel, bílis, acidez, nojo, des-gosto. E a culpa é de um japonês e do marketing que vem atrás de certo tipo de tijolos em forma de resma. Nunca tinha sentido tanta aversão a um livro na vida. Já não sei sequer se fiz bem em forçar-me a acabar de o ler só porque sim. Porquê 500 e tal páginas cheias de #$%&?!###
Porquê tanta gente a comprar Kafka à Beira-Mar? Não tem história, não tem mantra, não tem zen, não tem princípio meio e fim, não tem sentido em ter o sentido iluminado que o autor lhe quer dar (reintrepretação de Freud, da mitologia grega, de Beethoven, do elitismo ocidental). Não fica bem misturar filosofia com manga low score.
"Leia-o ao seu gato" diz a publicidade na capa. Como? Pouco depois da página 100 um homem com nome de whisky desata a esventrar gatos vivos e a cortar-lhes a cabeça. É preciso ser mais gráfica? Será que os japoneses são todos assim? Será que o seu pensamento corre em BD abstracta, Murakami-San? 
O meu "contrato" de leitora com o livro acabou aí. O leitor entrega a imaginação ao escritor e diz "Testa-me. Usa-me para contar a tua história. Convence-me". A nossa empatia acabou a 1/5 do livro. Personagens correm a narrativa (?) e têm longos diálogos/monólogos whatever para. Ficar. Tudo. Na mesma.
E o pior é que a porcaria ##4%&%$%$&# do livro esteve no top. Vá lá que o comprei bastante barato. Para mim, livros de capa mole por mais de 20€ são um roubo (o Rio das Flores pode esperar). E não é a quantidade de folhas que me impressiona. Sim, deve dar para uma boa fogueira, ou para elevar a cabeceira da cama. Não percebo mesmo assim como é que tanta gente o comprou. Para bibelot? Numa realidade alternativa?
É visceral. Dá vontade de rogar pragas aos fieis leitores do querido Haruki. Dá vontade de mandar hate mails, criar uma corrente negativa qualquer. É visceral e incompreensível. E Provavelmente O Pior Livro Que Jamais Li. E se eu levar umas etiquetas destas para a FNAC? Ou puser uns cartazes à frente da editora na Feira do Livro?
Parafraseando Oskar Schell, 10 anos de idade, personagem de "Incrivelmente alto e extremamente perto": "Mas que?"
E já são 2 palavras a mais.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...