Pedras Rolantes

"A vida é aquilo que acontece enquanto estás demasiado ocupado a fazer outros planos" John Lennon



"You can't always get what you want, but sometimes, yeah just sometimes, you can get what you need" The Rolling Stones



terça-feira, junho 30, 2009

Para (re)começar


Hoje uma senhora muito simpática e, graças a Deus, não muito doente, disse-me que estou sempre muito bem disposta, que devia haver mais gente como eu... Eu respondi-lhe que quem está ao pé de mim é que me faz bem ou mal disposta, e no caso dela, era impossível não me sentir bem disposta.

Eu, que vejo os ângulos todos, comparo, corrijo, e me acho picuinhas, trago boa disposição! Mal comparada é como o bocejar...pega-se facilmente.

Geralmente, quando trabalho estou bem disposta, a menos que me calhe um verdadeiro cromo pela frente (e me divirto a pensar no bom que era ter um alçapão como o Tio Patinhas, ou uma caçadeira de dois canos, para enfiar na cara dos Metralhas ou da Maga Patológika) e são poucos os dias de consulta em que não acabo satisfeita, embora às vezes moída.
Há coisas que compensam no dar e receber sem esperar ao mesmo tempo, muitas. Pena que cada vez menos gente o sinta ou sinta disponibilidade/necessidade de o fazer. Não é dar parte de fraco/a. É estar. Estar simplesmente. Disponível.

Cortar uma fatia do horário. Ser como os amigos e as estrelas que estão sempre lá, longe, mas tão perto. Aperceber-se que cada dia não tem de ser um combate gorado com a vida, fight or flight, lutar ou fugir. Não andar sempre à beira dessa luta/fuga. Não resvair sempre para a fuga. É mais cómodo sobreviver a fugir do que a lutar. É um combate sem confronto, sem decisão, sem futuro. Cada dia que passa sem se ouvir o tempo, sem se ir à luta, é um dia que não se viveu.

E quando digo ir à luta, quero dizer lutar por aquilo que sonhamos/pensamos/acreditamos e por aqueles que estimamos. Quem me iria resgatar ao mundo inferior ou ao inferno? Quem estaria eu disposta a resgatar? Há muitas pessoas que ficariam surpreendidas, e eu, obviamente, como sempre, passaria por parva.Nem é preciso ir tão longe para perceber que o sou, todos os dias.

Uma parva bem disposta que acredita.

domingo, junho 28, 2009

abrupto absoluto sintético


"I will tell you what I will do and what I will not do. I will not serve that in which I no longer believe, whether it call itself my home, my fatherland, or my church: and I will try to express myself in some mode of life or art as freely as I can and as wholly as I can, using for my defence the only arms I allow myself to use — silence, exile and cunning."

James Joyce
Digo-vos o que farei e o que não farei. Não servirei aqueles/aquilo em que já não acredito, quer lhe chame o meu lar, o meu país, ou a minha igreja: tentarei expressar-me livremente de algum modo na minha vida ou arte, tanto quanto possa, de maneira tão íntegra quanto possível, usando para minha defesa as únicas armas que me resevo o direito a utilizar - silêncio, exílio e astúcia.

terça-feira, junho 23, 2009

a sério


o post anterior devia vir com bolinha vermelha...

Eu destratei mal algumas pessoas. E nem sequer aguntei 5 minutos no site da RTP.

Mas estou bem disposta. por isso vou só lembrar 2 nomes não destratados, a Dra. Inês Nolasco, que está reformada, mas tem o título galante de chefe de serviço no IPO (sorry, não vi, não posso dizer mal, ela costumava ser simpática) e o exmo sr prof dr muitissimo mais por extenso está em todo o lado onde há sacos azuis Parreira. Ok. Não se pode exterminá-los. Bum-bum? mais ao SNS? e fazer TUDO DE NOVO?

Como na altura em que a barragem do Alqueva era uma parede onde tinham pintado "Construam-me, Porra!". A Saúde merecia...

Serviço Público Urticariforme



Nunca vi, não sei nem quero saber, abrenuncio. Desde pequena há dois ódios de estimação que tenho na RTP e um "por qué no te calas?". Este último é pelo Sousa Veloso, porque tinha que gramar a TV Rural antes do Tempo dos mais novos, já não sei se ao sábado, se ao domingo. Com Compal, ou sem Compal, a conversa dele é chata. Nasceu assim e pronto.
Os ódios devem ser mais viscerais. Não derivam apenas de grandes secas, é a pessoa toda que dá vontade de estripar. Sim, qualquer coisa do género. Oferecer a taxa da tv (que havia na altura) só para eles saírem do écran. É claro que o zapping era RTP1 ou 2, limitado. Era capaz do os esganar a preto e branco e a cores... e no entanto, eles movem-se (ainda).
O sôtour Zé Hermano Saraiva é um brinco. De voz, postura, tudo. Embirrei com ele antes de saber dizer carga nos estudantes universitários ou ministro da Educação. A Manuela Ferreira Leite, na qual nunca votaria, porque me lembro demasiado bem de quando ela torturou o ministério é uma santa de altar ao pé dele. Mas eu não sabia disto. E já era alérgica.
A outra senhora é a Maria Elisa. Não muda nunca. Nada. No timbre, na implicação, na altivez pouco disfarçada. Pelos vistos já mudou para os programa popularuchos desde que elegeu o Salazar como melhor Português... Oh pá, não estou a dizer que embirro com fascistas, mas embirro com pessoas chatas que fazem de conta que são muito sérias. Se têm ou não as mesmas apetências políticas não sei. É urticária pura. Já a Manuela Moura Guedes é diferente. Não começou por ter aquela cara, era só desbocada e malcriada.
Mas acerca da urticária, consta que a Maria Elisa apresenta agora um programa sobre saúde.
Não é meu costume ver os canais 1,2,3 ou 4. Vejo o telejornal da SIC, quando vejo. As coisas que gostaria de ver não dão a horas, esquecem-se de dar ou coisa assim. E há muitos anos que desliguei de telenovelas. Há os 15 minutos do Marcelo. Já tiveram mais piada. Os Contemporâneos foram-se ao ar quando, com a anuência do próprio, fizeram piadas com o António Feio. Então eu berro daqui, O BRUNO NOGUEIRA É UM PERFEITO ANORMAL. Gramei.
Ia eu dizendo que Maria Elisa, tal como prós e contras, é coisa de total desinteresse. Eis senão quando subitamente, a dita avantesma decide fazer um programa sobre doenças do sangue. Eis senão quando aparece lá uma Exma Sra Prof Dra por extenso Letícia. De Coímbra. Só percebe de anemias congénitas blá. E é presidente da SPH, sendo que o H é partilhado pelas sociedades portuguesas de Hematologia, Hepatologia e Hipertensão...Grande Serviço de Saúde.
E mais uma vez lanço daqui um desmentido desesperado. NÃO, ELA NÃO É MINHA MÃE!!!!!!!!!!! Bolas. É prof dra por extenso, vai contra os nosso princípios. Se alguém por acaso tiver visto e me conhecer (ou a ela), sabe que somos as duas parecidas de cara e peço imensa desculpa aos HUC e à exma prof que ainda me pode calhar no exame mas ELA É MUITO MAIS FEIA QUE A MINHA MÃE! Ok, para além disso, ela gosta de pronunciar o seu nome à espanhola/brasileira, sem sílabas átonas, LÉticia, e não com a exdruxulidão Olissiponense LeTÍcia. Pronto. Pronto. (Eles não convidam pessoas que não sejam "yes man" para ir à televisão, oh pá). Blagh. Pronto. As minhas desculpas à soutora prof dra por extenso, "yes woman", a sério, acho que não tenho nada contra si sra Prof dra. Também não aguentei ver o vídeo do programa na internet.
MAS eles queixam-se que a HEMATOLOGIA é o nec plus ultra e há menos de 100 especialistas em Portugal. YYYOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO! Porque é que ninguém repara? Os que lá estiveram já estão cheios de grana e/ou reformados, e provavelmente 1 em cada 10 (dos 100) não sabe o que faz (estimativa optimista). Eu sei que ninguém me vai fuzilar... Foram excelsos soutoures especialistas que me deram o pontapé do sistema. Mas há coisas bem alarves.
Esse programa, pelos vistos, foi uma alarvidade tamanho megatonelada. E os dadores, o Duarte Lima, o Carreras, o costume e tal e tal. Já nem as moscas se mudam.

sábado, junho 20, 2009

Os santos da devoção

Estou quase de volta, assim que apanhar os pedaços derretidos pela canícula. Acabar uma tradução de Ortopedia deixa uma pessoa carrancuda. Ir ao dentista e ficar um tempo hamster também. Os santos da devoção cuidam-se, e a gente que se cuide.

Por enquanto, há Sardinha.

domingo, junho 14, 2009

White rabbit



Não sei se é de oxigénio que também preciso. Há qualquer coisa de bipolar no mundo (e na viagem pelo inferno). Que ambos podem ser frios e escuros, e nessas alturas, posso queixar-me do tempo, das estações, das calorias, da falta de luz solar. Quando o sol aparece, o céu azula e o rio ainda azula mais, a ver quem é espelho um do outro, parece que aparece uma força qualquer, foto voltaica, como os painéis da Amareleja. Mas o ciclo continua e passa ao extremo, calor humidade nuvens, chuva sol mix.
Até os Santos, populares, ou da Devoção, já não têm tento nos rebentos lá de cima. É impossível a alavanca de Arquimedes, porque é impossível um ponto fixo.
E tudo / todos os meus atrasos se contorcem. Tenho coisas para escrever desde Abril. Uma festa sobre Bach, um concerto diferente, uns filmes que não acabam. Livros, então, não é de Abril, é do princípio do ano, das poucas vergonhas da deflação, FNAC e manjericos finados antes de o ser do Continente. Daquilo que há e daquilo que já não há. Daquilo que passa. Daquela coisa que foi uma espécie de eleições e do novo cartão do cidadão.
Mas cá dentro não me encontro quieta nem segura. Não me encontro, ponto. O coelho branco passa mas ninguém sabe porque é que ele tem pressa. Será que ele sabe? Poucas são as vezes que sei, que me obrigo a saber.
Será lícito dizer que o caos furou a ordem vindo de todo o lado? Ou que a ordem sempre foi um caos desorganizado com pontos de estabilização? Certo é que não estão lá e às vezes não me encontro. A mim mesma. Sozinha.

terça-feira, junho 09, 2009

o mUNDo aO cONTRÁRIo




Dois filmes completamente diferentes, a começar pela data: 1971 /2008. Um para não ser levado a sério, mas com alguma mensagem (Harold & Maude; não vi, tenho que ver se o encontro); outro que deixou de ser levado a sério por ter demonstrado que não há um único documentário imparcial, nunca, fez o seu melhor em Sicko, mostrando o devido respeito pelos doentes e todo o desrespeito ás HMOs - atenção, é para o sistema americano (ou falta dele que caminhamos).
Ambos partilham uma boa música, apropriada nos dois casos. Cat Stevens / Youssouf Islam e Don't Be Shy (às vezes é preciso para continuar a caminhar)



Cat Stevens 1971
Don’t be shy


Don't be shy just let your feelings roll on by
Don't wear fear or nobody will know you're there
Just lift your head, and let your feelings out instead
And don't be shy, just let your feeling roll on by
On by

You know love is better than a song
Love is where all of us belong
So don't be shy just let your feelings roll on by
Don't wear fear or nobody will know you're there
You're there

Don't be shy just let your feelings roll on by
Don't wear fear or nobody will know you're there
Just lift your head, and let your feelings out instead
And don't be shy, just let your feeling roll on by
On by, on by, on by, on by, etc.

terça-feira, junho 02, 2009

Rubbish?

Moola mantra (parte 2), trazido até nós pelo You Tube
Deva Premal



Viagem não tão negra assim. Cheia de formigas, que somos nós.
Depois há coisas pouco ocidentais como os mantras. Estilo New Age. A parte do nosso cérebro que processa a música é mais primitiva que a da fala. E ainda bem, senão não havia nada para dar graças.
Entretanto viajo no carreiro  surpreendo-me com a minha própria diferença, em relação ao que era e ao que sou, em relação aos outros. Surpreende-me pensar que a maior propriedade ou qualidade de um ser vivo, de uma ameba a um físico quântico, é a sua elasticidade, a sua adaptabilidade dinâmica. Massa e energia. 3 dimensões de espaço e uma de tempo, nenhuma negativa nem igual a zero. Constantemente a mudar.
Talvez seja coerente agora dizer que os últimos vinte anos foram os mais fúteis da Humanidade. O que é que se descobriu, verdadeiramente, de lá para cá? Que Plutão já não é um planeta? Que o genoma humano foi todo codificado? E para que é que isso nos serve? Para que é que nos servem os disposables para usar e deitar fora com uma sensação de poder...pcs, impressoras, telemóveis, Ipods (nenhum, em verdade, uma descoberta, mais um desenvolvimento).
Os tais Terabytes de informação que o nosso pobre pequeno e todavia confuso cérebro não consegue processar? Para que precisamos de tanto lixo, se o conhecimento (prático) está à nossa beira (se alguém se lembrar)?
O mais triste é saber que, como as coisas estão hoje, culpa muito sabiamente apontada, não aos WASPs do costume, mas "aos homens loiros de olhos azuis". Estou a citar várias revistas e jornais. Mein Kampf, à venda na FNAC. Ou seja, aos funcionários ocidentais, mas não os latinos (não se vá confundir o orgulho bege), nem o Sr. Obama, nem os chineses, nem os indianos, nem os hispânicos (América latina, muitos degraus mais abaixo na hierarquia mundial que os castelhanos). Ah, e já agora, pelos vistos são só homens. O nosso primeiro está eliminado nas 3 categorias. Porreiro.
Drogam-se. Só pode. Os media, os lobbies drogam-se. Andam a "falar sob a influência" de qualquer coisa deveras estranha. É o que acontece com as vacas loucas. E com os priões. Adaptabilidade. Água quase tudo e cloreto de sódio. Yes we change (everyday). A velha teoria do fight or flight (luta ou foge). Eu, definitivamente, fight.
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