Pedras Rolantes

"A vida é aquilo que acontece enquanto estás demasiado ocupado a fazer outros planos" John Lennon



"You can't always get what you want, but sometimes, yeah just sometimes, you can get what you need" The Rolling Stones



sexta-feira, setembro 25, 2009

acerca de cidadania...

... foi por Abril / Maio que tiveram lugar estes debates. Pouca gente, penso eu, terá associado direitos dos animais a direitos dos cidadãos, e mais, direitos do Homem. Direitos e deveres.
Não é uma questão étnica nem religiosa darmos o melhor de nós próprios àqueles que mais precisam, como as crianças, os idosos e os doentes (crónicos). Não lhe chamo política nem demagogia. Chamo-lhe antes dignidade e responsabilidade social, independentemente de qualquer fronteira ou cultura.
É o que nos torna mais ou menos civilizados e, porque não dizê-lo, mais sintónicos com o que nos rodeia (o ambiente, o planeta). Os mais fracos não se abandonam ou se dizimam, protegem-se na medida do possível. "nada se cria, nada se perde, tudo se transforma".
O mesmo se aplica aos animais ditos de "estimação", melhor dizendo, aos animais que estimamos como companheiros, e a todos os outros que ainda não colocámos em risco de extinção.
O primeiro debate tornou-se uma feira à volta de circos e touradas. Os que sim, os que não e os que também. É ridículo e risível dizer que sou contra.
Não sou particularmente apreciadora de circo (lá está o excesso de exposição), e muito menos de domadores de feras, mas eles são instituições, fazem tanto parte do nosso crescimento cultural enquanto crianças como os contos de Grimm. E as crianças adoram interagir com animais. Para elas, é a maior festa.
Quanto às touradas, apesar da falta de qualidade que aparece no agora chamado "recinto de lazer" do Campo Pequeno, gosto de ver, seria hipócrita se dissesse o contrário. Não acho que os radicais verdes tenham razão ao afastar as raízes culturais das pessoas. Não são os passos do Coliseu romano, são os ritos da paleo-Grécia de Cnossos e do Minotauro. Dava pano para mangas, se se quisesse fazer história e ciência mesmo a sério. Nem mais que não seja, gostamos de ver pelas fitas dos cavalos em marcha atrás, e pela contagem de forcados estropiados no fim das pegas.
Mas, imperturbavelmente, o sr da Animal estava lá, nos 2 debates, misturando o politicamente correcto com o sanitariamente desejado, e com uma limpeza ideológica que assentava bem ao partido nacional socialista alemão dos anos 30 (ergo, nazi).
Assim como o sr Cardinalli, com muita vontade de o esganar, o cavaleiro João Ribeiro Telles, que deveria ter sido interditado porque só deu tiros nos pés (que raio de coisa essa "os touros não sofrem", por mais metafórico que fosse?) e um veterinário com mestrado made in USA; e no 2º debate, uma tia da direcção geral de veterinária, uma espevitada veterinária da associação de veterinários municipais, e um advogado pª declamar a evidência: perante a lei, os animais são coisas, não seres vivos com direitos.
E depois ainda perguntam ao Rodrigo Guedes de Carvalho para quê tantos debates com animais, se o que interessa são as pessoas... Precisamente. É exactamente por isso.



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