Pedras Rolantes

"A vida é aquilo que acontece enquanto estás demasiado ocupado a fazer outros planos" John Lennon



"You can't always get what you want, but sometimes, yeah just sometimes, you can get what you need" The Rolling Stones



terça-feira, abril 06, 2010

Quando um homem (crescido) chorar será Natal

O Natal é Datal, Da-tal. O Da-tal é um stress. Começa em Outubro depois do angustiado regresso às aulas, que é para a carneirada reagir à má notícia do Verão ter acabado, ter que fingir que trabalha, etc. Este ano, benzós Deus, como eleições, puseram mesmo nessa altura as luzes de Da-tal e foi um fartote na freguesia. Se assaltam a estação dos correios 10 vezes e tb uma farmácia à mão armada, ao lado do comando metropolitano da PSP não vem ao caso. Nada. Se a Portela está cheia de aviões e anda tudo nos arredores a criar pombos kamikazes não vem ao caso, nada. Nada. Dada. Da-tal
Não é como o Dasex para o dariz, é Da-tal mesmo. A partir dessa altura é impossível por um pé num centro comercial. A crise está lá, mas os consumidores sem cheta e cheios de sacos tb. Todos os santos dias com o fá-lá-lá de bells are arringing tálálálálá-lálá-lálá.
O Da-tal é um festim (despromoção de festa). Antes era a consoada, o Menino, o peru. Hoje são as prendas, o ter que dar, dar, mandar sms, dar qquer coisa PORQUE se recebeu um imprint social tão grande que não dar é feio, mesmo que seja gripe. Zurrapa é Da-tal. É à pressa. Não tem critério.
O Pai Da-tal afinal, filho, veio da Coca Cola, e os ursos polares já não existem há muito tempo, morreram todos, afogados. Anjos estão sempre por todo o lado. São omissos. Não são santos, não comprometem, são sexualmente ambivalentes, mas mais do que isso, contextualmente e religiosamente.
Havia anjos na manjedoura? Marca registada & patenteada? Azar. A(s) Igreja(s) ainda não se lembrar(am) de patentear o Menino Jesus, provavelmente por causa daqueles escândalos todos com os padres. Alguém lá chegará, inch Allah.
Este ultimo Da-tal correu tão mal, que estava na véspera a embrulhar prendas, a ver se fintava a meia-noite (para o núcleo duro familiar, óbvio). Fomos dormir de cansaço. Quando acordámos - tarde - no dia de Natal (Daaaaaaatal), nem tínhamos força para as abrir.
Curiosamente, as luzes de datal apagavam todos os dias à meia-noite, e no datal foi como noutro dia qualquer. Na noite de passagem de Ano (para um buraco ainda mais  fundo do túnel), estiveram acesas a noite toda. No dia 2 estavam a arrumá-las. Da-tou-se.


(e com mais calma e presença de espírito, consegui uns momentos de verdadeiro Na-tal, nos arrabaldes desta Páscoa que se foi, cordeiros magros)
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