Pedras Rolantes

"A vida é aquilo que acontece enquanto estás demasiado ocupado a fazer outros planos" John Lennon



"You can't always get what you want, but sometimes, yeah just sometimes, you can get what you need" The Rolling Stones



domingo, março 27, 2011

Dentro de momentos...

 No século passado, eu lembro-me, não vivíamos dentro de momentos. Agora são os momentos os factos ou ódios dos nossos dias. Ontem foi a hora da terra. Haverá fotografias, das velas. De resto, bastava abrir as janelas, os outros prédios encandeavam.
Foi só uma hora. É incrível como pássa depressa. Num fim de semana onde se perde (no relógio oficial) uma hora. Num domingo que é dia do teatro ( o que é isso). Num treino para "eleições livres e democráticas", viu-se que até nos clubes há gente "à rasca". Pena é ser no meu clube. É ser um fragmento da baixa dignidade a que chegámos.
Democracia foi um conceito. Não tem nada a ver com gestão da coisa pública (uns malandros com bolsos sem fundo). Não tem nada a ver com representatividade. Não tem nada a vem com sintonia. Estamos apertados lá fora, onde uma UE mostra que se é europeia não tem união, com países na fila para a bancarrota e sem vontade (política e económica) de os salvar.
Japão que anda no fio da navalha, agora que sabemos que Chernobyl continua, 25 anos depois (!!) a por-nos todos em risco. São riscos a mias, dentro de momentos.
Lembro-me de ter começado a ler, para aí aos 13 anos, com a mesma avidez com que devorei Cosmos e o Cérebro de Broca, um outro livro de Carl Sagan, "O caminho que nenhum homem trilhou", em co-autoria. Era sobre a eventualidade de uma guerra (ou desastre) nuclear e suas consequências. Não o consegui acabar. Aliás, não consegui sequer ler muito da descrição da nossa morte colectiva (da vida na terra) e do inverno nuclear estéril.
A Estrada, de Cormac McCarthy, e respectivo filme (não tanto em tons cinza escuro-poeira), trazem reminescências desse futuro. Dentro de momentos.
Por cá, espera-se, por vezes, nos sites institucionais, para aprender (se não se conseguiu até agora), como o simplex funciona em rede (não funciona, é simples). É trágica, a maneira como os políticos se transformaram em excrescências e os parvos que somos continuamos a não reagir.
(o mais comezinho, que é a irritação do vizinho, isso sim, já dá tema para os homens ditos da luta; resta perguntar - luta, de quê, porquê, para quê - para os desnortear; eles pura e simplesmente encarnam o chorinho nacional com alegria & youtube) Resta também perguntar, quais homens, é que não os vejo. Dentro de momentos.

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