Pedras Rolantes

"A vida é aquilo que acontece enquanto estás demasiado ocupado a fazer outros planos" John Lennon



"You can't always get what you want, but sometimes, yeah just sometimes, you can get what you need" The Rolling Stones



segunda-feira, maio 02, 2011

um domingo qualquer

Este ano, empurrados pela Páscoa, os dias aconteceram mais cedo. Dizem que a taxa de ocupação dos concertos foi de 80%, o que não é mau; agora imaginem o Grande Auditório a 80%...
Só fui no domingo, porque ando mais entusiasmada com outras programações já citadas, e para além disso, o concerto que mais gostava (Laginha & Sassetti) estava esgotado desde o início nas bilheteiras. É o que faz haver patrocinadores. Foram os amigos da RTP ou coisa a encher a sala (uma sala pequena, nem um dos auditórios).
Como os reis da Folle Journée têm mais que fazer que vir aos pasteis, fui pesquisar quem é que valia a pena, baseada no parco reportório incluso (só saber o que vai ser tocado de véspera não me estimula). Confesso que não dei pela presença de um jovem virtuoso (polaco?) de 16 anos -haverá tempo-, mas reparei num pianista chamado Tiempo que antes de falar já devia saber os estudos de Chopin de cor. E por ele, apenas (irmã incluida), valeu a pena.




Não é qualquer um que toca um estudo com cada mão e faz música em vez de cacofonia. Os manos trouxeram na valise cds que a FNAC não vendeu (podem ver-se extractos no vídeo superior), e quem lucrou fomos nós, os poucos espectadores sortudos que ouviram (e ficaram até ao fim).
De resto, a população cada vez mais idosa, as crianças a fingir que passam o tempo a suspirar, porque não querem estar lá, as t-shirts e os souvenirs que não vendem desde há não sei quantas Festas da Música, os pianos aquários em cacofonia infantil, ou armadilhados com iPad, que realmente nada têm a ver com música amadora, uma sonsa representação da FNAC, que mesmo assim tinha alguns dvds a piscar o olho. Mas pouco, muito pouco, a soma e as partes. Pouca gente. Pouco passeio. Pouca música combinada.
Era suposto ser sobre a primeira parta do século XX, até ao fim da 2ª guerra. O programa, com pano para mangas, foi limitadíssimo.
Para o ano parece que será a Voz Humana. Valha-nos Deus, cada vez que me lembro das obras corais que ouvi, fico com cãibras nos ouvidos. Assassinaram à minha frente o Requiem de Mozart e a 9ª Sinfonia de Beethoven. Não há escola de canto cá? Só sei o que ouvi, e não alvitro bons resultados.
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