Muito sinceramente, estas injecções de orgulho nacional, melhor dizendo, de national pride, por em inglês gostamos mais de ser enganados provocam-me uma urticária nos neurónios que é como se me nascessem lombrigas na cabeça.
Desde aquela célebre cena do Portugal this e Portugal that que as cabecinhas de medusa deste pardieiro decidiram mandar como recado à Finlândia que percebi que a pseudo-insuflação do ego faz parte do portuguesinho-olé. Os Finlandeses responderam "nós não nos esquecemos de quem nos ajudou", tão simples, a propósito da 2ª guerra mundial. E prontos.
Depois vieram as mensagens feelgood do prof Marcelo à troika... Não é a troika que precisa de vídeos, somos nós, como inteligentemente intuiu o Sr-seu-padrinho não sei se prof se doutor, também Marcelo, com as Conversas em Família.
Nessa altura não era dobrado em inglês e não havia "o papel higiénico mais trendy e sexy do mundo".
Sim, portuguese people, orgulhemo-nos, produzimos o papel higiénico mais sexy do mundo. Estamos a ir ao fundo em fashion. Em plain british a isto chama-se ser plain dumb.
Rejubilai, pois, e Like Portugal (porque gostar ou amar, é complicado, só precisamos de vender a ideia a esses milhões de estrangeiros que estão desertos para nos salvar). Portugal é o lugar to work, porque a população activa já se pisgou toda, o lugar to live porque é o melhor destino de golfe e praia da Europa (só falta é falar do SNS, da corja que nos desgoverna, etc), É o lugar para crescer (nomeadamente porque a luz a fim do túnel já é tão pequenina...).
Insuflemos britanicamente as nossas supostas qualidades - fado, vinho, azeite, bacalhau, café... e pasteis de belém. E eu a pensar que havia mais, mas afinal de que sabem os servos da gleba?
Há muitos países que confiam em nós, isso, e aquela coisa, windfarms, nunca tinha ouvido falar, julgava que era energia eólica, mas para quê, se continuam todos com o olho no pitrol, e nas nossas priviligiated relations with Brazil, Angola, Guinea, Mozambique (carrada de zs, felizmente os Açores parece que não são motivo de orgulho: não falam a língua nativa, certamente) e por último, mais importante, porque é o Sponsor Guest (TM), Spain.
Onde iríamos nós sem o nosso irmão mais gordo? Neste momento, lamento dizer-vos, nuestros hermanos, o vosso inglês like shit with some fat flies não vos salvou dos imensos sapatos de cimento com que a imensa Mafia Mãe Europa (+Rajoy + Juan Carlos em pessoa) vos empurrou para a fossa das Marianas.
Neste momento, o irmão fracalhote está á deriva na jangada de pedra com os tubarões à volta, e é a eles que apelamos para que nos comam em versão polilingue e financiada por um banco (espanhol), que almejando o bom iberismo, também patrocina uma milionária liga de futebol.
A ser enganada, prefiro ser enganada pelo meu banco, que eu financio até ao tutano como regular contribuinte desta espelunca. O meu status de analfabetismo financeiro é, pelos vistos, menos mau que o do FMI, mas de qualquer modo não me permite olhar de soslaio e ver alguma coisa que goste em Portugal, actualmente. Certamente não as fibras do fato de banho do Phelps e os sistemas de GPS.
Alguma vez um like salvou alguém, srs banqueiros? Façam favor e vão à swap que vos pariu.