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4 quadras soltas
Há pessoas (vozes) que fazem parte de nós (quase) desde sempre. Tive a sorte de nascer numa altura em que ainda se ouviam vozes e músicas e letras e não Gagás de carne crua e dura. Algumas, como o Zeca, o Vitorino, entrosaram-se desde cedo. Outras, ficou-se a melodia no ouvido, tanta a letra que lá cabia. Ultimamente, andei também a (re)descobrir Fausto, José Mário Branco e Sérgio Godinho.
Todos com timbre de voz sensível ao meu ouvido, com pulmões e poesia para além das ideias (?) políticas. (por definição, política implica não ter ideias)
A cantiga pode ser uma arma? Pode vender no Itunes? Pode dar lucro? e isso tudo ao mesmo tempo? Claro. Somos todos capitalistas cá dentro, todos. Mas quem faz (canta) música por amor devia/deve/deverá ser relembrado e trauteado com convicção.
As cantigas do Sérgio Godinho, ainda no final deste rascunho, têm esse conteúdo. Há uma valsa com Bernardo Sassetti, chamada Os dias sucessivos (é uma valsa macabra, disse ele).
Há muita coisa a descobrir para que os nosso dias não sejam apenas uma sucessão. É preciso ir atrás da música. Música desta, que vale a pena.