Ontem fui ao supermercado. À viagem semanal de abastecimento.
Parecia que tinha havido um tsunami, terramoto ou coisa que lhe valesse. Secção de iogurtes deserta, congelados varridos por um vendaval. Leite a acabar-se (está bem, é com pouca lactose).
Lembrei-me daquela imagem na televisão - uma auto-estrada fechada (nos 2 sentidos, 6 faixas desertas, portanto), uma caravana de camiões do Pingo Doce fortemente escoltados pela polícia. Sim, porque o Modelo Bonjour estava devassado, mas o Pingo Doce aperaltadíssimo. Um tsunami selectivo, portanto.
E depois volta-me aquele burburinho dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos... Se os cidadãos se mantivessem coesos, tinham entrado na histeria colectiva "o mundo vai acabar antes de ganharmos o Europeu" e "já que o mundo vai acabar, é melhor atestar o carro e atafulhar a despensa"?
Os cidadãos comentadores acham que a culpa de um homem ser atropelado por um camião foi do homem (por estar à frente do camião) e não do camião (por ignorar as regras de trânsito)?
Estes são os dias em que as formigas vão parar para pensar - será que o eixo magnético da Terra está mesmo a mudar? E quando derem por elas, foram papadas, pela engrenagem.