Não sei se é de oxigénio que também preciso. Há qualquer coisa de bipolar no mundo (e na viagem pelo inferno). Que ambos podem ser frios e escuros, e nessas alturas, posso queixar-me do tempo, das estações, das calorias, da falta de luz solar. Quando o sol aparece, o céu azula e o rio ainda azula mais, a ver quem é espelho um do outro, parece que aparece uma força qualquer, foto voltaica, como os painéis da Amareleja. Mas o ciclo continua e passa ao extremo, calor humidade nuvens, chuva sol mix.
Até os Santos, populares, ou da Devoção, já não têm tento nos rebentos lá de cima. É impossível a alavanca de Arquimedes, porque é impossível um ponto fixo.
E tudo / todos os meus atrasos se contorcem. Tenho coisas para escrever desde Abril. Uma festa sobre Bach, um concerto diferente, uns filmes que não acabam. Livros, então, não é de Abril, é do princípio do ano, das poucas vergonhas da deflação, FNAC e manjericos finados antes de o ser do Continente. Daquilo que há e daquilo que já não há. Daquilo que passa. Daquela coisa que foi uma espécie de eleições e do novo cartão do cidadão.
Mas cá dentro não me encontro quieta nem segura. Não me encontro, ponto. O coelho branco passa mas ninguém sabe porque é que ele tem pressa. Será que ele sabe? Poucas são as vezes que sei, que me obrigo a saber.
Será lícito dizer que o caos furou a ordem vindo de todo o lado? Ou que a ordem sempre foi um caos desorganizado com pontos de estabilização? Certo é que não estão lá e às vezes não me encontro. A mim mesma. Sozinha.