Shame on me, não ando atrasada nos blogues, ando a correr atrás do comboio que já partiu. Tenho demasiada necessidade de escrever, não posso dizer que é sempre atraso, se bem que alguma vez podia acertar no dia. Portanto falo de 2 dias que já passaram.
St Patrick, padroeiro da Irlanda, porque 1) é romano de origem; 2) é patrono dos celtas e de tudo o que a eles está associado, nomeadamente música, cultura, kilts & todo o tipo de gaitas de foles; 3) o nome, obviamente inspirado e muito bem escolhido (à falta de uma santa ou rainha homónima que eu conheça). O seu dia comemorou-se a 17 de Março, quase a entrar no equinócio. Não me lembro exactamente do que fiz, mas estava uma canícula desgraçada, isso é certo.
S. José, mais universal ainda, dia 19, ie dia do Pai em Portugal. Pronto, pode-se aplicar, o dia do pai é todos os dias, o dia da mãe, o dia dos filhos, o dia dos avós, o Natal também, o dia da mulher, e já agora, porque não, o dia do homem. Todos os dias.
Mas que os Pais caminhem para o dia do pai, que mal há? Desde pequena que na escola fazíamos sempre qualquer coisa para o dia do pai, lembro-me de uma gravata de cartolina cortada e desenhada com lápis de cor, com um "bolso" para um pente. É querido, era giro. Dei-a à minha Mãe, no dia do Pai, e costumo sempre dar-lhe qualquer coisa no dia do Pai, desde pequena (obviamente que mais no dia da Mãe).
Mas esses dias (um pouco ao contrário do S. Valentim, que acordou tarde), dizem-me sempre qualquer coisa; não é uma alta prenda, mas uma lembrança especial, pronto. Alguém se lembra ocasionalmente que S. José também foi pai? Não estou a ser herética. Não somos todos "filhos de Deus"? Logo somos irmãos menos dotados de Jesus. Jesus teve um pai na terra. Não acredito na concepção espontânea, mas na imaculada concepção. Todas as concepções são imaculadas, desde que os respectivos e futuros pai e mãe o desejem. Logo S. José teve uma carga de trabalhos, e depois as escrituras vieram tirar-lhe o pouco protagonismo que lhe restava.
São José era carpinteiro, dizem os antigos, logo ensinou a sua arte ao seu filho. Ao menos no presépio e nas representações da Sagrada Família, S. José está lá. Por isso acho que todos os Pais, Mães, crianças do mundo deveriam ter um dia em que todos se lembrassem da sua "posição hierárquica" de uma maneira especial, apenas isso, uma lembrança de amor carinho e respeito (e nisto incluo, figuras paternais que não sejam os pais biológicos e maternais que não as mães, porque todos sabemos que há muitos "biológicos"-está na moda, pronto- que não merecem referência), que não impeça os outros dias de serem Todos os dias.
E isto porquê? Eu julgava que o dia do Pai (e dia da Mãe) fosse muito celebrado. Após conversa com amostras não aleatórias da população nos dias 18 e 19, ouvi "quando", "em que dia?", "não sabia", "não fazemos nada". Já não digo nada, mas parece-me que é triste.
Por isso, uns diazinhos atrasados, noblesse oblige, uma homenagem aos pais decentes que há por aí (espero também não me enganar redondamente ao achar que ainda haverá bastantes). Aliás, descobri que o Cat Stevens até não era desengraçado circa meu nascimento. Agora está balofo e velho. Parece que o Islão não o ajudou lá muito.
Acho que tenho uma data de canções dele (músicas) no meu subconsciente desde pequena; são simples e bonitas. (Re) descobri-as algum tempo depois, num Algarve que ainda não era Allgarve, portanto também já um pouco distante. Em Father to Son, que devia ser conhecida universal e transversalmente, há uma conversa entre gerações. É essa conversa que deve continuar.
(aparte: já não sei se há uma fase em que toda a gente no liceu começa a querer tocar guitarra; nos meus bons velhos tempos havia, circa 9º/10º anos. Independentemente da qualidade do som, os acordes mais arrancados eram, em 1988/89, Father to Son; that should mean something).