Há algo de estranho. Os gatos têm aquela energia zen quando se olha para eles, mesmo que estejam no supremo entertenimento do próprio, que é não fazer nada. Aquele acumulador de energia felina, que quando eles se enrolam e ronronam tem um ar de Nirvana, estado de graça supremo.
Eles não têm dono. Eles são donos que de vez em quando destilam privilégios pelos seus companheiros humanos menos dotados. "Agora podes fazer-me festas, agora vou-me roçar dengoso pelas tuas pernas à espera que me tragas a minha comida que tu vais preparar."
Sendo felinófila de raíz (depois descobri que sou amiga de cães e muitos outros bichos que não queiram pôr em causa a minha existência) e de signo (chinês), chega esta altura terrivelmente fria do ano em que só me apetece hibernar, enroscar e tenho frio, frio, frio.
Confessando que não partilho o casaco de peles dos tigres, confesso também que se vivesse na Sibéria, pisgava-me. Vivo num país dito "temperado" embrulhada, enluvada, com 2 ou 3 pares de meias, ouvindo lá de cima o grande Deus esfíngico felino "tu és uma desgraça, aquece-me essas almofadas" (das patas). Tenho mesmo muito muito frio, mas o que é intrigante, é que sou considerada um borralho, óptima para aquecer camas por exemplo. Ou seja, irradio, mas não conservo. Está mal. A única energia que consigo conservar, são os outros que ma oferecem, quando estou a conversar, a ser útil, a ajudar de qualquer maneira. Eu sozinha não sou tigre, nem sou ilha. Sou uma escultura felina em gelo brrrrrrr. Agradeço que me derretam depressa e muitas vezes.
Confessando que não partilho o casaco de peles dos tigres, confesso também que se vivesse na Sibéria, pisgava-me. Vivo num país dito "temperado" embrulhada, enluvada, com 2 ou 3 pares de meias, ouvindo lá de cima o grande Deus esfíngico felino "tu és uma desgraça, aquece-me essas almofadas" (das patas). Tenho mesmo muito muito frio, mas o que é intrigante, é que sou considerada um borralho, óptima para aquecer camas por exemplo. Ou seja, irradio, mas não conservo. Está mal. A única energia que consigo conservar, são os outros que ma oferecem, quando estou a conversar, a ser útil, a ajudar de qualquer maneira. Eu sozinha não sou tigre, nem sou ilha. Sou uma escultura felina em gelo brrrrrrr. Agradeço que me derretam depressa e muitas vezes.