mas também queria ser "buga", sonho que, confessa, não conseguiu atingir
a Avó Palmira, de olhar enviesado estilo Gioconda (está a olhar para nós de qualquer lado que estejamos), e ela, grandes laçarotes, de frente para a alma do fotógrafo.
Não sei que idade teria, sinceramente terei de lhe perguntar, talvez 3 anos?
e Mãe, digo-te eu,
isto é amor.
Assim de repente, andar tantos anos (em verdade a memória é a única máquina do tempo que possuímos, apesar de não nos parecer que consiga andar para o futuro)... De tudo o que acontece, de tudo o que pode ser fabricado, irado, inventado, baralhado e desaustinado (este post não foi escrito neste dia nem a esta hora, a que tu nasceste, cada 365 dias e 6h), há o que passa, e há o que fica. Somos muito parecidas, em muitos aspectos, eu sei.
Mais do que tudo, e aqui está o verdadeiro elogio que precisa de uma certa maturidade para ser sério, se te conhecesse e não fosses da minha família, absolutamente nenhum parentesco (livre de hormonas, ferormonas e instinto maternal), gostava de ti à mesma, sei-o intrinsecamente, no caso de por coincidência não teres sido tu a educar-me e a dar-me o exemplo, eu saísse tal qual como sou.
Engraçávamos à mesma, pronto. Não ia ser fácil, porque te manténs muito à defesa com desconhecidos, embora afável. Mas se nos conhecêssemos, eu cutucava o teu lado felino com o meu lado felino. O meu lado felino é bastante tonto, mas muitíssimo eficaz. Eu sou dos gatos desbocados que se chegam e pedem festas, se vêem que o ambiente é propício, mas que também gostam que as festas sejam terapia do pêlo para quem as dá, tanto quanto gosto de passar a mão pelo costado do felino alheio. Haverá melhor spa do que spa com gato?
Isto sim, é qualidade de vida.