Tenho que dizer que não percebo peva de alemão, quer dizer, umas palavras que são parecidas com o inglês e umas banalidades, mas o léxico ficou mais rico depois de ter visto um episódio da série Boston Legal.
É uma série de advogados, mas que não se levam muito a sério, embora por vezes os casos que defendem (são uma sociedade, Crane, Poole & Schmidt) dêem muito que pensar, tanto aos pro como aos contra.
O principal protagonista, advogado de grande eloquência e democrata desiludido com o mundo, Alan Shore (James Spader), utiliza nas alegações finais de um caso particularmente bicudo esta mesma palavra, Schadenfreude.
"Schaden, damage, freude, joy. It appears that people take spiteful malicious delight in the misfortune of others". Está tão bem dito que é difícil...explicar de outra maneira, as pessoas sentem prazer ao observar o infortúnio do próximo.
Não me vou alongar sobre as fugas de homicidas ou do OJ Simpson cobertas pelas estações americanas em directo. Mas alongo-me na recordação de que depois de um dia 11, o infortúnio foi tão grande que se passaram semanas a ver as torres cair. A televisão pré-comandada guia o nosso schadenfreude colectivo, prazer tétrico de calamidades e um miúdo que sobrevive a um tsunami com a camisola da selecção.
Já nem é tétrico, é pútrido e mesquinho "o cenário dantesco" dos 400 incêndios ou das colisões frontais, ou , porque não, da vida da pequena Esmeralda.
Dois exemplos inversos. Primeiro o avião que salvou todas as almas na amaragem perfeita. Lestos nas notícias, o comandante é um herói, a paisagem do Hudson junto a Manhattan perfeita. Não me parece que façam um filme, já fizeram uns powerpoints e umas simulações no you tube. Aleluia, brothers!
Fica a pergunta por fazer - se ao fim de mais de 50 anos de aviação civil mundial, o que se leva debaixo do banco é um salva-vidas e não um pára-quedas, porque diabo não há amaragens perfeitas, nem sequer são usualmente treinadas (na prática, percebe-se o inconveniente, no simulador de voo como medida de contingência não)?
Falam de sangue frio, concordo. Mas não sendo piloto, acho que ao mesmo tempo é preciso ter mais sangue frio para aterrar na Portela vindo do mar. Para a passageira embevecida, que aprecia os motores a abrandarem e a seguirem apenas as correntes, como pássaros de asas abertas, sem barulho, por cima da cidade que ama (apesar de tudo), é um doce, um doce bonito e calmo (para mal da Av. do Brasil). Não significará isto "amarar" em Lisboa - com trens de aterragem?
Falam de sangue frio, concordo. Mas não sendo piloto, acho que ao mesmo tempo é preciso ter mais sangue frio para aterrar na Portela vindo do mar. Para a passageira embevecida, que aprecia os motores a abrandarem e a seguirem apenas as correntes, como pássaros de asas abertas, sem barulho, por cima da cidade que ama (apesar de tudo), é um doce, um doce bonito e calmo (para mal da Av. do Brasil). Não significará isto "amarar" em Lisboa - com trens de aterragem?
O segundo enviaram-me por email e é simplesmente terrível. Vi-o uma vez e o meu estômago revirou-se. Eles no fim dizem que têm mais acidentes espectaculares lá no site. Filmados por amadores espectaculares, que tem a presença de espírito para no conforto do lar passarem aquilo no zoom e slow-motion máximos. Schadenfreude. Algures em 1996.
Os B-52 são de má safra desde o início; foram inventados para carregar sucedâneos de fat man e little boy, e mísseis também um pouco armas de destruição maciça. Não são só enormes, devem ser pesadíssimos porque têm reactores a jacto - apenas 4 e parecem uns albatrozes gigantes mas com má figura. Este graças a Deus, pelo menos não leva encomendas nas asas. Vemos que as coisas estão logo feias quando o movimento descendente se acompanha da subida dos trens de aterragem e por um caminho sofrivelmente horizontal por cima da pista.
Habituada que estava ás proezas dos nossos ases da TAP a fazer figura com passarões Airbus nos espectáculos aéreos @ YouTube, nem percebo como o raio do avião dá aquela curva apertada, não da maneira mais, digamos, natural, mas completamente perpendicular ao solo. Aí começo a engolir em seco.
Depois esboça a saída da curva e voltar à posição normal, mas altitude senhores, onde está, onde a ganhou? Ele só esboça, porque é na perfeita perpendicular, vemos no zoom que a asa toca o solo e o avião se torna monstro de fogo. Não tive prazer em ver e menos ainda em ver a segunda vez para o contar. Está aqui no post à espera do schadenfreude pessoal das almas caridosas que enviam mails como estes para as pessoas apreciarem -talvez - ( mudar para a voz do Artur Albarran) os "momentos dramáticos", com "profunda comoção", já a seguir a um pequeno intervalo.
Habituada que estava ás proezas dos nossos ases da TAP a fazer figura com passarões Airbus nos espectáculos aéreos @ YouTube, nem percebo como o raio do avião dá aquela curva apertada, não da maneira mais, digamos, natural, mas completamente perpendicular ao solo. Aí começo a engolir em seco.
Depois esboça a saída da curva e voltar à posição normal, mas altitude senhores, onde está, onde a ganhou? Ele só esboça, porque é na perfeita perpendicular, vemos no zoom que a asa toca o solo e o avião se torna monstro de fogo. Não tive prazer em ver e menos ainda em ver a segunda vez para o contar. Está aqui no post à espera do schadenfreude pessoal das almas caridosas que enviam mails como estes para as pessoas apreciarem -talvez - ( mudar para a voz do Artur Albarran) os "momentos dramáticos", com "profunda comoção", já a seguir a um pequeno intervalo.