Depois de On Photography e Ilness as a Metaphor e AIDS and its Metaphors, Susan Sontag escreveu em 2003 um ensaio sobre a maneira como reflectimos sobre a Dor dos Outros, sendo aqui dor significado de agonia, atrocidade, calamidade, holocausto, guerra. Sobre o significado do "aqui e agora" dos media e a passividade assumida dos espectadores / consumidores.
A página 103 não deve estar obviamente legível senão à lupa, por isso, dou uma ajuda
"(...)('Nunca esquecer.') Provavelmente demasiado valor é atribuído à memória e muito pouco ao pensamento. Lembrar é um acto ético, tem valor ético em si e por si. A memória é, dolorosamente, a única relação que podemos ter com os mortos. Logo, a crença da recordação como um acto ético é profunda na nossa natureza humana; sabemos que vamos morrer e choramos aqueles que no decurso normal da vida morrem antes de nós -avós, pais, professores, amigos mais velhos. A falta de compaixão (Heartlessness) e a amnésia parecem caminhar juntas. Mas a História envia-nos sinais contraditórios àcerca do valor da recordação / lembrança ao longo de uma era de história colectiva. Simplesmente há demasiada injustiça no mundo. E demasiadas recordações (de ódios/ tristezas antigas - Sérvios, Irlandeses) que azedam. Fazer (construir) a Paz é Esquecer. Para reconciliar, é preciso que a memória seja selectiva e limitada.
Se o objectivo é arranjar algum espaço onde viver a nossa própria vida, então é desejável que a "conta (corrente)" de dores específicas se dissolva num entendimento mais geral de que os seres humanos em todo o lado fazem coisas terríveis uns aos outros".
E acrescento eu, a isto chama-se crescer (cada vez mais dificil e incontornável). Somos anjos, somos diabos, somos bons, somos maus, ou qualquer coisa no meio? Encontrando o equilíbrio, como uma fera na selva.