No outro dia vi um episódio de E.R., na sua enésima série. Basicamente, continua tudo igual, mas tudo diferente. Ao princípio parecia-me tudo demasiado limpo e organizado. Agora não. Não sei se foi efeito das Grandes Catástrofes Não Naturais (11 Setembro), mas as urgências deles são mais caóticas, mais iguais ao que deveriam ser (ver, ou ler, Por um Fio, sobre a vida de um paramédico literalmente à beira de um ataque de nervos, neste caso Nicolas Cage, antes das GCNN).
Evidentemente com ou sem protocolo de Manchester, as urgências são mesmo assim. As Emergências (urgências mesmo urgentes), consistem desde o primeiro segundo numa catrefada de médicos e enfermeiros a tentar fintar a morte de alguém cuja história (clínica) na maior parte das vezes desconhece.
É um dever. É um reflexo condicionado. É a campainha dos directos para a Medicina (há vários sítios, dentro e fora do hospital, com campainhas iguais, que me arrepiam, embora ainda me arrepie mais o som do "meu" bip, que é reproduzido por muitos outros, dentro do hospital, e por alguns telemóveis, fora).
Perante isto, as restantes "urgências" resumem-se à sua insignificância: na grande maioria, a ineficácia dos cuidados de saúde primários para cuidar dos "utentes", transformando-os nos nossos"doentes". Mas isso é política, falta de médicos, e tema para outra conversa.