Pedras Rolantes

"A vida é aquilo que acontece enquanto estás demasiado ocupado a fazer outros planos" John Lennon



"You can't always get what you want, but sometimes, yeah just sometimes, you can get what you need" The Rolling Stones



terça-feira, março 29, 2011

(Sempre,)Para sempre

- das coisas que realmente interessam, não matam e não engordam -
 com muitos beijinhos
e um grande abraço
para o Luís



Há amor amigo
Amor rebelde
Amor antigo
Amor de pele

Há amor tão longe
Amor distante
Amor de olhos
Amor de amante

Há amor de inverno
Amor de verão
Amor que rouba
Como um ladrão

Há amor passageiro
Amor não amado
Amor que aparece
Amor descartado

Há amor despido
Amor ausente
Amor de corpo
E sangue bem quente

Há amor adulto
Amor pensado
Amor sem insulto
Mas nunca tocado

Há amor secreto
De cheiro intenso
Amor tão próximo
Amor de incenso

Há amor que mata
Amor que mente
Amor que nada mas nada
Te faz contente me faz contente

Há amor tão fraco
Amor não assumido
Amor de quarto
Que faz sentido

Há amor eterno
Sem nunca talvez
Amor tão certo
Que acaba de vez

(Donna Maria; letra Miguel A. Majer)

O incrível mesmo é que tenho este cd, sem ter dado conta do tesouro (completo) que vinha lá dentro.
Ainda vou a tempo.

metaforicamente

Comei os ovos. A galinha vive.
Passeia em bibliotecas e tasquinhas
Junto aos muros de Tebas. Galinha grega.

Ave pesada de mais para Aristófanes,
Encheu o papo com milho de Aristóteles.
Os seus ovos são d'oiro.
Com as asas castigadas sobe aos deuses.
(...)

Armando da Silva Carvalho

(pergunto eu - aos deuses da UE, que lhe roubaram as penas
e fecharam os olhos ao saque?)

domingo, março 27, 2011

antes pelo contrário

há coisas (concretas, em papel) que merecem ser destacadas: as revistas Ler e Empire.

perguntas avulso

A Bertrand supostamente gosta de livros, uma vez que os publica e os vende. Não me vou meter na saúde financeira da Livraria /Editora. (A livraria do Colombo teve um face lift bonito, mas não aumentou o volume de livros; o que vale é que é a qualidade que interessa).
Refiro-me então a uma "acção natalícia". A Bertrand orgulhou-se do facto de conjuntamente com os seus leitores / clientes, ter angariado em Dezembro 5000 livros para crianças carenciadas. Sou cliente, mas não participei.
De que livro precisa uma criança carenciada? De comida.
(em 2º diria livros escolares, que já não circulam no Natal). Parece dificil? A mim não.

Dentro de momentos...

 No século passado, eu lembro-me, não vivíamos dentro de momentos. Agora são os momentos os factos ou ódios dos nossos dias. Ontem foi a hora da terra. Haverá fotografias, das velas. De resto, bastava abrir as janelas, os outros prédios encandeavam.
Foi só uma hora. É incrível como pássa depressa. Num fim de semana onde se perde (no relógio oficial) uma hora. Num domingo que é dia do teatro ( o que é isso). Num treino para "eleições livres e democráticas", viu-se que até nos clubes há gente "à rasca". Pena é ser no meu clube. É ser um fragmento da baixa dignidade a que chegámos.
Democracia foi um conceito. Não tem nada a ver com gestão da coisa pública (uns malandros com bolsos sem fundo). Não tem nada a ver com representatividade. Não tem nada a vem com sintonia. Estamos apertados lá fora, onde uma UE mostra que se é europeia não tem união, com países na fila para a bancarrota e sem vontade (política e económica) de os salvar.
Japão que anda no fio da navalha, agora que sabemos que Chernobyl continua, 25 anos depois (!!) a por-nos todos em risco. São riscos a mias, dentro de momentos.
Lembro-me de ter começado a ler, para aí aos 13 anos, com a mesma avidez com que devorei Cosmos e o Cérebro de Broca, um outro livro de Carl Sagan, "O caminho que nenhum homem trilhou", em co-autoria. Era sobre a eventualidade de uma guerra (ou desastre) nuclear e suas consequências. Não o consegui acabar. Aliás, não consegui sequer ler muito da descrição da nossa morte colectiva (da vida na terra) e do inverno nuclear estéril.
A Estrada, de Cormac McCarthy, e respectivo filme (não tanto em tons cinza escuro-poeira), trazem reminescências desse futuro. Dentro de momentos.
Por cá, espera-se, por vezes, nos sites institucionais, para aprender (se não se conseguiu até agora), como o simplex funciona em rede (não funciona, é simples). É trágica, a maneira como os políticos se transformaram em excrescências e os parvos que somos continuamos a não reagir.
(o mais comezinho, que é a irritação do vizinho, isso sim, já dá tema para os homens ditos da luta; resta perguntar - luta, de quê, porquê, para quê - para os desnortear; eles pura e simplesmente encarnam o chorinho nacional com alegria & youtube) Resta também perguntar, quais homens, é que não os vejo. Dentro de momentos.

terça-feira, março 22, 2011

Blooming


'O poeta disse ao filósofo: "o mundo é muito maior que a tua filosofia".
O mundo é surpreendentemente grande,
ao ponto de conseguir abarcar tudo o foi feito e tudo o que está por fazer.'

O mundo pode ser grande, ou uma aldeia
cheio de vento, pó e guerra
cheio de boas e más intenções
cheio de passados presentes futuros;
mas o mundo também é nosso
basta acreditar.

segunda-feira, março 21, 2011

Não é complicado




É só desligar (a luz, o quadro eléctrico) por uma hora, no sábado 26 de Março. É absurdo afirmar que por uma hora a dar valor ao escuro aumenta o consumo de electricidade (??!), basta raciocinar. E pensar seriamente em implicar com o petróleo que continua a não ter alternativa. E acender também uma vela pelo Japão.

Parva que sou

(12 de Março etc)
Estamos mal. Primeiro a geração rasca, agora à rasca. Pela nesga do contexto sociológico consigo caber nas duas e não me conformo. Parva que sou. O que é que Eu fiz para ouvir tantos nomes exdrúxulos? As outras gerações, nomeadamente as mais velhas, gostam de oscular com objectivos de género (género "picareta falante", etc), daí o status morbidus que foi chamar à juventude "rasca". Éramos o futuro, cambada! E com o passado que tínhamos por trás, podíamos esperar muito melhor.
Hélas, não veio. O povo luso congenitamente sofre de pessimismo sado-masoquista e sofrer por antecipação, carpindo como um crente em Meca (atenção, não quero insultar muçulmanos; acontece que só herdámos a choradeira). O tuga sofre de falta de convicções, escrúpulos, ou ambos, desde o dia em que veio ao mundo. E este ano não há campeonato de futebol lá fora.
Portantos, açambarcando os Deolinda (eu que gosto tanto do "Movimento perpétuo associativo"), os media atiraram ao ar a geração "à rasca". Acontece que nós, portugueses, crianças, jovens, filhos a viver com os pais, velhos, andamos TODOS à rasca. Muito à rasca. A menos que façamos parte do pacote de "boys" que nunca está à rasca.
Não sou de manifs, muito menos convocadas pelo facebook. É a continuação do nosso fado, a falta de convicções. Foram passear para a Av. da Liberdade, que ir passear para o Colombo fica caro. Muita gente. E depois? Depois, fizeram grupos, comissões e deliberações para pensar na manif. Parece a Assembleia a trabalhar, vindo de um povo alegadamente farto dos políticos.
Tirem a venda dos olhos, nós gostamos de ser enganados todos os dias, vide negócios do estado, que vende imóveis ao estado e ficar a pagar renda ao estado...e chamam-lhe "imaginação financeira". Está bem. São estes bacanos que gerem o nosso dinheiro, o multiplicam e o saqueiam.
Isto não vai lá com gerações ou manifs, camaradas. Nem com Luta & Alegria. Não vale a pena exortar o 25 de Abril, a situação é muito pior, estamos muitíssimo mais atascados. O país e o mundo estão precários, a recibo verde.


sexta-feira, março 11, 2011

Um dia 11 qualquer



Even now the world is bleeding

but feeling just fine all numb in our castle

where we're always free to choose never free enough to find

I wish something would break ‘cause we're running out of time



and I am overcome, yeah,

I am overcome

holy water in my lungs

I am overcome



these women in the street pullin' out their hair

my master's in the yard givin' light to the unaware

this plastic little place is just a step amongst the stairs



and I am overcome, yeah

I am overcome, baby,

holy water in my lungs

I am overcome



so drive me out, yeah out to that open field

turn the ignition off and spin around

your help is here but I'm parked in this open space

but locking the gates of love



I am overcome, oh yeah,

I am overcome, baby

holy water in my lungs

holy water, holy water

I am overcome



Beautiful drowning, this beautiful drowning

this holy water, this holy water is in my lungs

and I am overcome, I am overcome, yeah

I am overcome, I am overcome Lord


(madrid, nova iorque, japão, líbia, rio de janeiro, afeganistão, indonésia, iraque, haiti, somália, união europeia e outras catástrofes, naturais & artificiais; não há super-herois que nos bastem)

segunda-feira, março 07, 2011

Hibernando no país e no mundo

São vários meses de hibernação, pelo frio, pelo calor, pela indiferença, pela raiva, pela impotência. Dormir, um dormir pejado de sonhos (bons & maus) persegue-me, enrola-me. É melhor não pensar, quando pensar é tão mau. Pensar só às vezes.
Que tal, quase viver ao contrário, como se o estado acordado não fosse para levar a sério e dormir fosse viver. De facto, dormir É viver. Morremos mais depressa sob total ausência de sono do que de comida. Sono e água, é tudo. É escapista, e embora reconfortante (os gatos que o digam, cheios de zen, dormem 20h por dia e sonham quase todo o tempo - não os alcançamos nem em bebés), um ninho, um regalo, é também andar para trás (ficando parado).
Não me apetece pensar no que se pássa "lá fora", tenho demasiado atrito, anticorpos, o que seja. Não quero por os pauzinhos nem ao sol nem à chuva nem ao calor nem ao frio. Dormir pode proteger talvez o cérebro (de si próprio), mas desmineraliza, atrofia (ossos, músculos). Dormir cála o que queremos dizer sem podermos, mas também tira a força para o virmos a fazer.
Hipnotiza, balança, apaga. Fica em stand-by, a gastar à mesma, mas sem fazer nada. Acordar, quando se tem ritmos circadianos de trabalho que variam todos os dias, é uma espécie de ressaca seguida de síndrome de abstinência. A realidade ácida e corrosiva está lá na mesma. A força não.
Dormir implica pensar mas não escrever. Implica deixar de ter método, implica deixar tudo para uma outra vez. Vai para o Entrudo, essa festa (?) passada em trabalho.
Entretanto, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Acordei.

Buena Vista revisited



Música para dar ritmo à vida. Música para acordar.

de riscas e de homens







Porque é sempre bom lembrar que não vivemos sozinhos e isentos de responsabilidades, não só para os humanos (estamos muito mal quanto a isso), mas também quanto aos nossos restantes vizinhos. Tendo tanto "medo" de nos encontrarmos sozinhos no Universo (ou não), o facto é que, qualquer dia, alguns de nós (mais bem providos) estarão sozinhos no raio de algumas galáxias distantes (da terra).

No vizinho do lado...

Um pequeno passo para o fim da monotonia, em forma de Patch Adams (Robin Williams) com nariz vermelho.
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