Pedras Rolantes

"A vida é aquilo que acontece enquanto estás demasiado ocupado a fazer outros planos" John Lennon



"You can't always get what you want, but sometimes, yeah just sometimes, you can get what you need" The Rolling Stones



terça-feira, dezembro 16, 2008

Inteligências

Ok, a imagem não é um insulto à inteligência. Sinceramente podia ter escolhido o emblema da FNAC, Bertrand, qualquer livraria da treta e a generalidade da cara dos portugueses a começar pelo nosso 1º Magalhães.
Sempre fomos um triste país de analfabetos funcionais que toca na seta para cima do elevador quando quer ir para baixo só porque sim.
Mas estamos a ficar piores ( se possível ). Primeiro, estou raivosa com as livrarias, que não se comportam como jumentos, mas sim como aquelas coisas que se põem nos cavalos para eles andarem sempre em frente e resistirem á tentação de pensar que o caminho pode ser outro que não Margarida Rebelo Pinto, o caso Esmeralda ou outras bestialidades que tais.
Andei à procura de: Honoré Balzac, Somerset Maugham, Henry James, Joseph Mitchell (encontrei, merece o elogio, na Bertrand do Campo Pequeno) e Alves Redol, para miúdos e graúdos.
Os estrangeiros procurei em literatura traduzida, em espanhol, em francês e em inglês. Do que eu queria, népias. Tenho uma verdadeira vontade de incinerar a nova FNAC Vasco da Gama, e a do Colombo para lá caminha.
E então Redol, português? Publicado integralmente pela Caminho. Fui aos miúdos. Tenho o Constantino Guardador de Vacas e de Sonhos, que é uma pérola. E os outros? Caminho? Uma Aventuraaaaaaaaaaaa, Alice Vieiraaaaaaaa, népias. Para crescidos? Está esgotado. "Já tentou a Bertrand lá em baixo"?
Meus Deus, será normal? Em Nova Iorque há uma livraria em cada esquina, com livros bem jeitosos (pª além dos best sellers do Nicholas Sparks blagh - estão em todo o lado). E estou a falar de 2001, trouxe a Samsonite forradinha.
Balzac? Amazon.fr. Henry James, Maugham? Amazon.co.uk. É normal? Não. Redol? Onde, onde, onde? Não posso ir ao estrangeiro à procura de um tuga não laureado. A Caminho não tem nada. Aparentemente a Mediabooks, agora Wook, do grupo Porto editora, está a sondar as catacumbas dos livros que não se vendem e em 15 dia arranja alguns, sem ser os que já temos (Gaibéus, Tenho Passaporte de turista). Portugueses? Porquê, porquê, porquê?
Finalmente, ainda sobre livros, tenho a sensação nítida de que não só não há o que procuro, tirando uma estreita linha para totós, como é impossível procurar, e há temas que desapareceram. Tipicamente, Portugal nunca existiu. Há um bocado de Lisboa, muito Allgarve agora, antes não havia nada, e suspeito que o que haja seja sobre campos de golfe e não sobre o Algarve dos montinhos de cabeço redondo interior. Alentejo, nã, é passagem, onde está a cultura? Porto muito pouco, Coímbra perto de nada (aliás, qdo lá fui, nem me sabiam dizer onde era o posto de turismo...)... O resto, tirando Madeira, mas também recente, é paisagem. Mas é que é mesmo. Não existe, para além da (desculpem-me os puristas) idiotice do Asterix em Mirandês...
O país que temos, o país que somos, o país que esquecemos e o país que podíamos ser...
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