Pedras Rolantes

"A vida é aquilo que acontece enquanto estás demasiado ocupado a fazer outros planos" John Lennon



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segunda-feira, abril 27, 2009

Hoje há febras

Primeiro era nas aves, o nosso velho amigo H5N1, lembram-se, tanto avídeo que foi à vida, por um bem maior, isto é, nós. Agora está outra vez tudo tarado com outro fait-divers. A gripe dos porcos. Coitados. E coitados dos Mexicanos.
Mas quando é que estas agências internacionais, que era suposto terem um pensamento minimamente capaz e científico, como a OMS, param de ser histéricas?
É preciso conter a doença no México. Separar pessoas e porcos. Os problemas começam sempre em sítios onde o saneamento básico é mentira; curiosamente, essa parte - a que não convém dizer ou ouvir-, omitem sempre.
Não é dizer "está a chegar, está a chegar, é desta, oooooh". É alarmista, é estúpido, é obsceno. No século XX houve, como nos anteriores, pandemias de gripe. Nos anteriores, contudo, falava-se de peste, cólera, tuberculose, varicela, varíola, mais uma resma de coisas más. As pandemias de gripe já são mais "modernas" e elaboradas. Porque a gripe não se cura. A cólera também não, trata-se.
Mas com os padrões modificados de tratamento e vacinação das mais temidas (?) doenças infecciosas, pode definir-se um padrão, estilo, não há epidemia à X tempo, logo está vir aí a próxima.
E atiram-se aos priões, às aves e agora aos porcos. A doença é transmissível pelo ar entre porcos e pessoas. Não entre pessoas. Por consequência, era preciso que toda a gente tivesse um porco dentro de casa. Desinformações deste tamanho são irresponsáveis.
Depois põem-se com as mutações, e as mutações blabla. O H5N1 mutou, até agora? Para se tornar transmissível entre humanos? Não é muito mais verossímil que um vírus da gripe humana, pouco virulento até determinada altura, adquira uma mutação para se tornar muito mais bera. A isto chama-se SE-LEC-ÇÃO NA-TU-RAL... Darwin, anyone? Ou somos agora apologistas do Noé?
O piorzinho da situação é que este ponto fundamental quer dizer que não podemos prever qual o vírus que vai ser "eleito", nem quando, nem se vai ter efeitos mediáticos (a escalada pode ser gradual; o vírus da SIDA, o HIV, demorou um tempo a evoluir a partir do SIV do macaco, que faço questão de notar, está filogeneticamente só um bocadinho de nada mais próximo de nós que aves ou porcos, independentemente de ter ser criado em laboratório ou não). Há vários sítios no mundo inteiro, por exemplo, com armazéns blindados de vírus da varíola, dada pela excepcional OMS como extinta...
Façamos um raciocínio simples. Sem mutações. Abre-se um frigorífico, uma gaveta, uma porta...em pouco tempo toda a gente que já não levou a vacina da varíola, (descontinuada do PNV para aí entre 1978 e 1980), isto é, todo o ser humano com menos de 29 anos morre, pelo menos, não falando das áreas de extrema pobreza em todo o mundo, que seriam, como é costume, dizimadas.
Estamos numa óptima altura, recessão global e tudo. Custa-me a acreditar que ainda ninguém tenha pensado nisto. Mesmo. E pensem nos porcos a toda a hora.
Não querendo insultar o animal, que cambada de suínos.
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